quarta-feira, 26 de maio de 2010

Solitude


Vigia todos os meus passos
Revira todos os meus livros
Me dá dicas de moda
Me explica a ruindade humana
Apaga os meus sonhos lunáticos
Me faz sentir a dor da verdade
Compreende o meu sacrifício
Sequestra o meu telefone
É ciumenta
Mesquinha
Não aceita dividir o nosso amor
Se sente a dama da noite
Se acha a dona da festa
Faz cara de quem não me agrada
Mas sempre me pega de jeito
Suas garras de cachorro louco
Me rasgam em uma cama vazia
A luz do sol pela sala
Me torna um ser miserável
Rabisco na parede do quarto
Escrevo milhares de nomes
Mas não conheço ninguém
Não conheço ninguém
Nessa terra estranha
Eu não conheço ninguém

Um comentário:

Samy Vallo disse...

Aplausos de pé!
Carro desgovernado pela rua da alma!
Fantástico...
No fim não é isso mesmo ,Rê?No fim a gente nunca conheceu de verdade quem estava debaixo da pele...
Maravilhoso!
Bjs Rê