quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre as alegrias


Foram poucas
porém,
boas
Foram boas
porém,
poucas
Poucas e boas
porém,
se foram

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Manhã quase tarde


De longe são as mais doloridas
São fotos e fatos
Recordações e acontecimentos
E tudo parece fazer chorar
Fazer sangrar
Fazer doer até a alma

Devemos ser fortes minha amiga
E olha que isso eu escuto a quase três décadas

Mas meu amigo,
porque cargas d'agua nunca levamos isso a risca
e continuamos pele e osso?
Numa fraqueza de querer entorpecer
Beber a vida inteira em grandes doses
De se trancar no quarto e odiar injustamente todo mundo

Vai ver nunca esqueceremos os problemas
mas, ultimamente tenho praticado a arte de esnobá-los
Fingir de cego as vezes é bom
Deixar tudo o que magoa com cara de tacho
Uma peça teatral perfeita

Se a gente não consegue esquecer,
Talvez agindo assim
os fantasmas tomam nojo da gente
e se desolve um pouco
Vamos encarar de peito aberto e olhos fechados
Quem sabe não passa

Vai passar
Vai passar...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Carvoeiros


Na tristeza de uma natureza morta
Os calcanhares cansados que já não se movimentam
Um calor tão intenso
capaz de desafiar o inferno
Rostos molhados e olhares sem esperança
A vontade de vencer é menor do que a concordância da realidade
Já não há esperança
Nada como viver sem esperar nada da vida
Sem sonhos
Sem planos
Porque doi tanto viver sem utopias?
Sem acreditar em mentiras
Em livros antigos
Sem jamais pronunciar a palavra destino