quarta-feira, 11 de julho de 2012

Claras lembranças de uma vida em pensamento


Que imagem mais fútil
Vulgar
Pobre imagem
Seria uma lembrança?
Adorno de cabeça enfeitando a dor no peito
As lembranças não são maiores que as inúteis mãos que imploram
Medos, desejos, presságios.
Relatos em quadros semi detalhados de uma memória tortuosa
Que já não se importa mais com o pesar da realidade
Que imagem mais fútil aquela no espelho.
Aqueles olhos, aquelas mãos, aquela sombra do que um dia foi vida
Pobre ser
Seria uma lembrança?
Tenta se convencer que o tempo é companheiro
E que o revés de todas as dores em breve acontecerá
Inútil forma de se enganar
Sutil, a dor se aloja,
Se recosta no peito, aconchegando, se moldando, sendo um só.
Inútil lutar contra o monstro maior que nós
Um monstro sem rosto, sem cor, sem gosto.
Um monstro assim, feito de pobres recordações
Ou seriam falsas lembranças?
Branco, claro demais, informe demais, demais, demais
Ele toma conta daquilo que desejamos
De nosso corpo e esperanças
Mas acenamos e sorrimos...
Somos felizes,
Felizes e iludidos na nossa clara, limpa e nítida ilusão
Apenas fingindo Viver




 Samy / Renato