quarta-feira, 25 de março de 2009

Pobre Zé


Dez da manhã
E ele surge todo todo
Com um sorriso pra lá de debochado
Ensaiando um gingado torto no meio da rua
Passou no boteco e abraçou os chegados
Pediu para o mané uma porção de suan
Pediu pra passar a risca
E bebeu numa golada só
Mas o tempo foi passando
E a alegria misturando com as lamúrias
Pensou no aluguel
Pensou no desemprego
Mas a saudade é que foi cruél
O sorriso foi embora
A pinga perdeu o gosto
O olhar que era forte
Sambou
A lágrima correu por todo o rosto
Rosinha mulata roxa
Bonita feita ela só
A saudade deixou o zé na pior
E ele em seu desespero
Subiu no balcão
E de rabo cheio disse:
-O homem para ser infeliz nem precisa da dor
Veja eu,
Malandro,tonto e sem amor.

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